Todo mundo pode mudar de opinião.
Ainda mais um ministro do Supremo Tribunal Federal, que tem a responsabilidade de zelar para que a Constituição seja cumprida.
O problema é a rapidez com que isso está acontecendo.
A tal da segurança jurídica está indo para o beleléu a reboque de maiorias pontuais forjadas ao sabor dos acontecimentos políticos.
A decisão de ontem de tirar de Sérgio Moro as delações da Odebrecht contra Lula, seis meses depois de resolução em sentido oposto, só confirma que alguns ministros do Supremo estão louquinhos para ver o ex-presidente fora da cadeia.
Uns pensando, exclusivamente, em Lula; outros no conjunto da classe política.
Perderam-se os pudores.
Até o mais distraído dos militantes, contra ou a favor de Lula, sabe com quem ele pode contar.
A pressão é de tal ordem que, dificilmente, Lula continuará na cadeia. Provavelmente, sairá graças a um habeas corpus do STF.
A Coluna ouviu de um magistrado que Lula, possivelmente, ficará em prisão domiciliar, com medidas restritivas a sua atividade política. E não conseguirá registro do TSE para concorrer à sucessão de Michel Temer.
Ou seja, fora da cadeia, mas fora também das eleições.
O risco desse roteiro é a liberdade do petista significar o estopim para uma radicalização política ainda mais aguda.
Ao contrário do que muitos imaginavam, como o próprio ministro Marco Aurélio Mello, o País não ficou "incendiado" com Lula no xadrez, mas pode ficar caso ele seja solto por uma artimanha jurídica. Em português mais claro: por uma jogada da turma que veste toga, mas age com a cabeça na política.
Lula, mesmo na prisão, lidera todas as pesquisas de intenção de voto, mas isso não impede que a Lava Jato seja apoiada por 84% dos brasileiros.
Um golpe maroto do Supremo em Moro e na Lava Jato pode despertar a ira dessa multidão, e o País correr célere para o abismo mais próximo.
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